Aplicações da Sísmica
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Geofísica é o estudo da Terra que utiliza métodos físicos quantitativos. Análise sísmica, como aqui tratada, é o processo de transformação de dados sísmicos de reflexão e de refração em uma descrição quantitativa das propriedades das rochas em geral ou de um reservatório.
Suas aplicações mais fortemente econômicas na sociedade são: na indústria do petróleo, na mineração, na engenharia civil, prospecção de águas subterrâneas e preservação do meio ambiente. Mas há muitas outras.
Aqui neste ítem são apresentadas e discutidas tecnicamente algumas das principais aplicações convencionais da sísmica e aquelas que estejam surgindo continuamente pelo mundo, ainda tratadas como especiais.
É um espaço aberto e dedicado à toda sociedade, e conta com colaborações da comunidade geocientífica para sua constante alimentação e desenvolvimento.
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Um pouco da História da Sísmica aplicada à Indústria de Petróleo
ES- 2: Uma das equipes sísmicas pioneiras no Brasil,1959, no Rio Mundurucus, Amazônia.
(cortesia Petrobras)
Quando pensamos na história da sísmica aplicada a indústria de petróleo mundial, somos remetidos à uma comparação entre fatos temporalmente muito distantes entre si, separados por mais de 200 anos, mas que guardam ambos, similaridades conceituais, prático-teóricas e sociais muito fortes que nos aflige ainda hoje na indústria de petróleo.
Refiro-me a dois cenários fundamentais da história da indústria do petróleo mundial:
- O primeiro cenário, registrado há mais de 2 séculos atrás, relaciona-se a como era feita a exploração de petróleo em rochas reservatórios permeáveis (arenitos, carbonatos, etc..)
- O segundo cenário histórico, mas que ocorre ainda hoje principalmente na América do Norte, é relacionado a como era feita a exploração de petróleo em rochas reservatórios de baixíssima permeabilidade, do tipo folhelho (shale ou não-convencional), a partir de fraturamento hidráulico.
Em ambos cenários históricos, a exploração era conduzida sem o uso do método sísmico, gerando-se prejuízos financeiros e ambientais para as sociedades economicamente envolvidas.
Felizmente, a história mostra que a indústria apontou uma mesma solução para os 2 cenários: a aplicação de métodos sísmicos 3D. Só assim foi e é possível, desenvolvermos soluções econômicas, sociais e ambientalmente corretas para a exploração de petróleo, convencional ou não-convencional.
Quando buscamos entender a história das soluções de sísmica para a economia do petróleo, é inevitável que se revisite a própria história da indústria do petróleo.
Até o final do século XIX, a perfuração de poços exploratórios era feita a partir de percepções intuitivas (feeling), ou a partir de exsudações (seeps) locais de hidrocarbonetos (seepology) ou de uma maneira mais abrangente, perfurações aleatórias de poços (random drilling).
A partir da década de 1920, iniciou-se a aplicação de metodologias geofísicas para melhor definir a localização de poços exploratórios: a gravimetria passou a ser muito adotada como método efetivo de localização de estruturas geológicas que favorecessem acumulações de petróleo (por exemplo as causadas por domos de sal). Nessa mesma época, a magnetometria também passava a ser adotada para identificar regiões com rochas mais e menos densas, possibilitando a localização de bacias sedimentares que poderiam acumular hidrocarbonetos.
Já o método sísmico começa a ser pensado para petróleo a partir de 1910, quando datam as primeiras análises de ondas sísmicas geradas por terremotos, para definir modelos do interior da crosta terrestre (Mohorovičić, 1910). Poucos anos depois, registra-se o começo da análise comercial de geração de ondas sísmicas de modo artificial, para estudos aplicados à indústria de petróleo.
Com a necessária evolução tecnológica dos métodos sísmicos, chega-se, no início da década de 1960, aos métodos de reflexão sísmica 3D. Evolução que, durante as décadas seguintes, fez tal ferramenta exploratória se consagrar como o mais fantástico e revolucionário método geocientífico da indústria mundial, que mereceu a maior quantidade de investimentos e ofereceu, e ainda oferece, o maior retorno econômico da história da indústria do petróleo.
Com a sísmica 3D, a certeza de posicionamento geológico de um poço exploratório atinge quase 100%, e com um grau de detalhamento de estruturas verticais e laterais a grandes profundidades, como o pré-sal, em precisões de pouquíssimos metros. Além disso, a sísmica passou a mostrar, em suas amplitudes registradas, indícios diretos da presença de hidrocarbonetos. Com a sísmica 3D, os riscos da exploração petrolífera foram reduzidos drasticamente, quando comparados há apenas duas décadas atrás, época em que o método atingiu sua maturidade industrial.
Investimentos cada vez maiores nessas duas vertentes técnicas apontadas na questão anterior, de otimização sísmica de posicionamento de poços (com análises tomográficas cada vez mais precisas) e crescente sucesso na detecção de indícios diretos de hidrocarbonetos a partir das amplitudes sísmicas 3D, cientificamente cada vez mais robustos, permitem apontar para uma forte evolução da eficiência industrial da sísmica, incluindo aí soluções “enquanto perfura-se um poço” (seismic while drilling).
Abaixo inserimos alguns links para oferecer uma continuidade na lógica individual de analisar o que se escreve no Brasil e no exterior sobre Geofísica e seus métodos diversos e, mais especificamnente, sobre Sísmica. Infelizmente, muito do conteúdo ainda está em idioma ingles, mas já encontramos muito material em portugues. Boa leitura!
Links de aplicações da Sísmica